O meu laboratório conta com 5 servidores físicos do Proxmox VE, um hipervisor que permite uso sem assinatura.
Depois de muito tempo relutando, resolvi utilizar o Ceph, que traz redundância para o armazenamento dos servidores, melhorando a disponibilidade dos serviços.
Simplificando sem a informação técnica correta, é como se fosse criado um RAID com discos em servidores diferentes.
Mas isso deixou o espaço local sem uso e resolvi aproveitá-lo, configurando um NAS ou servidor de arquivos em rede em cada servidor físico.
Três dos servidores tem um SSD de 1 TB e os restantes 500 GB.
A forma mais leve e simples que encontrei, foi usando um container que é nativo do Proxmox.
Entre os templates ou modelos, temos várias distribuições do Linux, como Fedora, Ubuntu, Debian e outros para escolha.
Tenho mais familiaridade com o Debian, então escolhi essa distribuição.
Basicamente vamos usar um container com a imagem do Debian, mapear o espaço em disco disponível no servidor Proxmox e compartilhá-lo usando o Samba para permitir o acesso na rede pelas máquinas com Windows.
O Proxmox disponibiliza as imagens para download, então vamos usar o recurso nativo da ferramenta.
Na interface principal, expandir o servidor e clicar em local (nome-do-servidor)
Na janela a direita, clicar em CT Templates para selecionar.
Em seguida, clicar no botão Templates e escolher a imagem desejada.
Após clicar na imagem, basta clicar no botão Download e aguardar baixar o arquivo.
O Debian tem 126 MB, mas há opções menores, como o Alpine, que tem apenas 3 MB.
Não testei com ela, mas provavelmente dará mais trabalho pois é uma imagem bastante enxuta e básica do Linux.
Vamos criar nosso container, na interface do Proxmox, tem dois botões azuis na parte superior direita da tela.
Clicar em Create CT para iniciar o assistente de criação.
Na primeira aba, vamos digitar a senha do root e confirmar digitando novamente, também é preciso colocar um Hostname ou nome do servidor a ser criado.
Os outros itens podem ser deixados no padrão.
Clicar em Next na parte inferior direita da janela.
Na próxima aba, selecionar o Template e continuar clicando o botão Next.
O Proxmox sugere um disco virtual de 8 GB pro container e é suficiente, então basta clicar em Next. A sugestão é de uma CPU, eu normalmente aumento para 2, mas se não quiser não é necessário, basta clicar em Next.
Como podemos ver, os requisitos são bem modestos, 512 MB de memória também são suficiente, clicar em Next.
Vamos colocar um IP fixo no nosso servidor conteinirizado, digitar em IPv4 no formato 111.222.333.444/24 e informar o Gateway também, que normalmente é o mesmo endereço, terminando em 1.
Por exemplo, 192.168.1.100/24 - 192.168.1.1
Manter a configuração do DNS replicada do servidor Proxmox, clicar em Next. Na aba Confirm, clicar em Finish para a criação do container.
A criação é bem rápida, agora basta iniciar o nosso container selecionando-o na lista da esquerda e clicando no botão Start no topo direito da tela.
Isso pode ser feito a qualquer momento, mas vamos executar agora para não esquecer.
No menu do container criado, clicar em Resources.
Em seguida, clicar em Add e depois Mount Point
Agora vamos configurar nosso ponto de montagem, que é o elo de acesso do container com o espaço de armazenamento do servidor hospedeiro. Em Storage já deve vir selecionado local-lvm.
Definir o tamanho desejado, no meu caso, os discos de 1 TB "sobraram" 850 GB e os de 512 GB uns 350 GB.
Então vou deixar 50 GB de reserva e informar 800 ou 300 GB.
Agora em Path, informar a pasta onde teremos acesso a esse armazenamento dentro do container.
Por exemplo, /mnt/local
Finalmente, basta clicar em Create.
Vamos começar a configuração do nosso servidor de arquivos.
Clicar em Console para acessar o shell do container e fazer o login com a conta root e a senha que digitou no assistente de criação.
Executar os comandos para atualização dos pacotes:
# apt update
Aqui tinha vários itens para atualizar.
# apt full-upgrade -y
Agora vamos instalar uma interface gráfica WEB para facilitar nossas configurações do Samba.
Desça um pouco e procure a distribuição do Linux que vai usar, no meu caso é o Debian.
Clicar no atalho View Instructions.
Ele orienta a utilização do repositório backports, então vamos inserir na nossa configuração do apt, com os comandos a seguir:
. /etc/os-release
echo "deb http://deb.debian.org/debian ${VERSION_CODENAME}-backports main" > \
/etc/apt/sources.list.d/backports.list
apt update
Depois basta instalar o pacote:
apt install -t ${VERSION_CODENAME}-backports cockpit --no-install-recommends
O último parâmetro é para não instalar os módulos recomendados adicionais, pois não usaremos e só ocuparia espaço no nosso container.
Por padrão, o login remoto com o root é desativado, então vamos liberar excluindo a conta root no arquivo:
/etc/cockpit/disallowed-users
Agora basta acessar pelo navegador a interface gráfica do cockpit, usando o endereço do exemplo:
http://192.168.1.100:9090
9090 é a porta padrão
O navegador indicará uma mensagem de falta de certificado, basta ignorar e abrir assim mesmo.
Instalaremos mais alguns módulos no cockpit para possibilitar nossas configurações:
Os pacotes estão no github e são três:
Procure os pacotes de acordo com o seu gerenciador de escolha, no meu caso são os .deb
Na própria interface do Cockpit, clicar em Terminal na lista da esquerda.
Digitar wget e copiar e colar o link para o pacote de cada um dos três módulos acima, por exemplo:
wget https://github.com/45Drives/cockpit-identities/releases/download/v0.1.12/cockpit-identities_0.1.12-1focal_all.deb
Após baixar três pacotes, vamos instalar tudo de uma vez:
apt install ./*.deb
Confirme e aguarde a instalação terminar.
Clicar em F5 ou no botão para atualizar a sua página no navegador.
Na lista da esquerda da tela, devem ser mostrados os três novos módulos.
Comecemos com o Identities para criar o grupo e o usuário que será o dono das pastas para acesso local e remoto.
Clicar em Groups e em seguida, no + para incluir o grupo.
Aqui é muito simples, basta informar o nome do grupo e clicar em Create.
Clicar em Identities novamente e agora vamos criar o usuário, clicando em Users e no botão "New User".
Aqui já temos mais dados para digitar:
Username é o nome da conta.
Full Name/Description o nome completo ou uma descrição da conta
Home directory é preenchida automaticamente de acordo com o no da conta
Login Shell pode manter o Bash
Em Groups, clicar no + e adicionar o grupo criado
Clicar no botão Apply
Agora digitar e confirmar a senha da conta Linux
Clicar em Apply
Ainda não terminou, baixe um pouco a tela e localize o botão Set Samba Password
Clicar e digitar a senha que será usada pelos usuários do Windows para acessar o compartilhamento.
Agora vamos criar o compartilhamento.
Clicar em File Sharing no menu a esquerda da tela.
Vamos deixar o primeiro bloco no padrão.
Em Share Configuration, clicar no + para criar o compartilhamento.
Em Share Name, digitar o nome da pasta que aparecerá no servidor ao abrir o explorer.
A descrição não é necessária, mas pode ser digitada.
Em Path, vamos informar o caminho que usamos para montar o nosso compartilhamento com o servidor fisico.
No exemplo, /mnt/local
Clicar em Apply para criar o compartilhamento.
Depois clicar no botão Editar para configurar as permissões da pasta.
Localize em cinza, o texto "Edit Permissions" e clicar nele.
Modificar o Owner e Group para os que criamos nos passos anteriores.
Clicar em Apply para salvar.
Pronto, temos o nosso servidor com a pasta compartilhada na rede.
Aqui no Windows 11, não apareceu o servidor no explorer, mas basta digitar o IP que isso se resolve:
\\192.168.1.100
Informar a conta e senha cadastradas no Samba.
Teremos a pasta com a conta do usuário e a pasta do compartilhamento criado no Samba.
Para facilitar o acesso, eu clico com o botão direito nela e em Mapear Unidade de Rede...
Associo uma letra e pronto, a pasta vai aparecer como um disco no seu explorer do Windows.
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