Carros elétricos chineses

     Ainda não consigo me acostumar quando ouço dizerem que R$ 150.000,00 é barato num carro.

    Depois de ler muitos problemas dos primeiros carros chineses, misturados a elogios e controvérsias, resolvi testar os dois modelos totalmente elétricos disponíveis nessa faixa "acessível".

GWM ORA 03 SKIN

    A concessionária da GWM me atendeu mais prontamente, trouxe o carro em casa para fazer o test drive e andamos pelo bairro sem preocupação com o trajeto ou tempo.

    O visual externo é bem diferente, fusão de muitas tendências fora da curva, mas com seus atrativos dependendo do gosto do cliente.

    A frente lembra principalmente um Porsche esportivo, com a traseira lembrando o padrão atual, mas espera ai, onde estão as lanternas?

    A solução de design e praticidade, colocou-as numa faixa no vidro traseiro do carro, diferente sim, mas como não tem limpador de vidro será interessante descobrir se vai sujar a ponto de atrapalhar.



    Pessoalmente, achei o visual razoável com suas formas arredondas, até entrar no habitáculo e ver o acabamento e instrumentos que me lembraram da única vez que andei em um carro de verdade, mesmo de entrada, que foi a BMW 120i.

    Gostei do espaço interno, pelas pesquisas que vi depois, o espaço traseiro é bom também.

    A automatização é muito interessante, não precisa tirar as chaves do bolso para entrar no carro e não tem botão pra ligar o motor, basta pisar no freio que as telas são ligadas e apenas por isso, sabemos que está pronto pra uso, o silêncio impressiona.

    O porta-malas é ridiculamente pequeno, escancarando o seu uso urbano, não bastasse a indicação explicita da autonomia de menos de 300 Km.

    O volante é exageradamente grande e estranhamente fino, provavelmente pensado apenas para facilitar a visualização do painel de instrumentos.

    O motor responde prontamente e de imediato, o torque está disponível de imediato em qualquer velocidade.

    O torque de 250 que 

    Os assistentes de direção e segurança mesmo na versão mais simples são bem impressionantes para quem tem um sedan tradicional aspirado prestes a completar 5 anos.

    As telas grandes mostram muitas informações, mas o funcionamento poderia ser mais intuitivo e algumas configurações só são possíveis de realizar com segurança parando o veículo.

    A qualidade das imagens é das melhores, as câmeras mostram uma composição em 360º e facilita muito as manobras de estacionamento.

    O centro do painel tem algumas teclas, que controlam o ar-condicionado, desembaçadores e pisca-alerta.

    O cambio é um botão giratório com apenas 3 posições, Drive, Park e R, o freio é automático mas pode ser acionado por um botão junto ao cambio no console central.

    Há inúmeras outras opções, nem testei o controle de cruzeiro adaptativo e ainda bem, a frenagem de emergência e outros alertas.

    Para não dizer que não tem nada que incomodou, a seta é digital também, dá um toque para acionar, mas para desativar quando não para automaticamente, tem uma posição especifica de toque que não consegui achar.

BYD Dolphin e mini

    A primeira experiência com a marca não foi muito boa, pois a vendedora parou de responder do nada, mas hoje, umas 3 ou 4 semanas do primeiro contato, feito junto com a GWM, consegui ir na concessionária e testar os dois modelos.
    O visual já traz a imagem do carro chinês, principalmente o mini.
    O console central é bem grande, vários itens de conforto que não tem no modelo maior, mas nada de excepcional, o espaço para o motorista não é adequado para pessoas obesas como eu.
    O volante tem tamanho bom, pequeno, mas a pegada é de plástico duro, bem sem graça.
    Há uma grande tela no centro do painel e outra menor, presa na base do volante.
    Tem ajuste elétrico do banco do motorista, carregador de celular sem fio e apenas a câmera de ré.
    Conta com o tradicional botão start/stop para ligar e desligar o motor.
    O cambio fica no painel, também com 3 posições, junto com outros botões.
    O acabamento em geral não chama tanta atenção quanto o modelo da GWM.
    Em modo sport, as respostas são boas e mais que adequadas para o uso urbano.
    Mudando para eco ou normal, o pedal do acelerador parece ganhar um peso extra que incomoda e as respostas são bem molengas.
    Na saída pareceu um pouco molenga na suspensão traseira, mesmo com a lotação completa de 4 pessoas.
    Tive um VW UP TSI e pelo menos no banco dianteiro, o espaço me agradava muito mais.
    Não tem muitas coisas para chamar a atenção e não senti a confiança que o VW transmitia.
    Decepção maior com o Dolphin, que é mais simples ainda, mas tem as câmeras em 360º que podem ficar ativas durante toda a condução.
    O espaço interno pro motorista não teve melhoria sensível, já que também conta com um console central alto e grande.
    Comentaram que lembra a dirigibilidade do Honda Fit, mas não consegui encontrar essa semelhança, dá sim a impressão de ir esparramando na pista.

    Pelo mesmo preço, o ORA seria minha opção preferencial, custando 34 mil a menos, o Mini é suficiente para uso urbano.

    O Estado do Paraná não tem incentivo no IPVA para a adoção do elétrico, o seguro do ORA para meu perfil foi cotado na mesma faixa de valor do imposto, mas com uma franquia bem salgada.
    Assim, já dá para acrescentar uns R$ 9.000,00 no valor do veículo.

    O Sentra no meu uso ocasional e urbano, está percorrendo pouco mais de 200 Km com um tanque de combustível, que custa uns R$ 250,00 na gasolina.
    Assumindo que são uns 10 dias entre cada abastecimento, seriam 36 tanques por ano ou os mesmos R$ 9.000,00.
    A GWM informou que o primeiro ano de recarga é gratuito, ou seja, não teria outro gasto normal já que a primeira revisão é com 2 anos de uso.

PS. verifiquei melhor e na verdade, a promoção é durante o ano de 2024.

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